segunda-feira, 5 de maio de 2014

Os cientistas e a vaca do futuro


O dióxido de carbono produzido pelos combustíveis fósseis é o principal gás produzido pelo homem e que contribui para o aquecimento global do nosso planeta mas o metano também tem seu quinze minutos de má fama nessa história. O metano responde por 9% das emissões de gases do efeito estufa dos Estados Unidos e ele não perdura no ar por tanto tempo como o CO2, mas tem um efeito de aquecimento global 20 vezes maior que o do CO2, segundo estudos recentes.
Nos Estados Unidos  a maior fonte de produção do metano está em seu rebanho de 88 milhões de cabeças de gado, que produzem mais que os aterros sanitários, os vazamentos ou a exploração de gás por fraturamento hidráulico.

Uma iniciativa do governo americano para conter as emissões de metano dentro do seu plano nacional de sustentabilidade está incentivando pesquisas para a criação da “vaca do futuro” ou seja criação de gado que respeita o meio ambiente, uma nova geração de animais cujas emissões de gases que provocam o efeito estufa serão reduzidos pela ingestão de pílulas de metano e mochilas coletoras de gás entre outras iniciativas impensáveis até tempos atrás.

Juan Tricarico, diretor do Innovation Center for US Dairy, um instituto de pesquisas, diz que havia um equívoco sobre a origem do gás metano produzido pelo gado. "Noventa e sete por cento de todo o metano é liberado pela parte da frente, por meio dos arrotos, e não da parte de trás". Com base em suas prioridades de pesquisa, a vaca leiteira do futuro será a habitante de uma acomodação espaçosa, que vai mastigar grãos especiais que serão processados por um sistema digestivo eficiente e especial. "Queremos que ela seja mais produtiva, mais saudável. Queremos que ela seja uma vaca livre de problemas", diz Tricarico
No entanto, as barreiras financeiras estão dificultando a adoção de instrumentos que limitem a emissão de metano pelos rebanhos bovinos, como aconteceu com a tecnologia inicial para conter a poluição provocada pelas estações geradoras de energia e pelos automóveis. Os custos são proibitivos para os produtores de leite e pecuaristas, e o tipo de pesquisa que poderia tornar esses instrumentos mais baratos exige financiamentos públicos.
Ilmi Granoff do Overseas Development Institute diz que uma alternativa ao controle das emissões do gado seria reduzir o número de cabeças. "Esqueça o carvão, os automóveis. A maneira mais rápida de enfrentar as mudanças climáticas seria reduzir dramaticamente a quantidade de carne que as pessoas comem", afirma ele. "Mas isso envolve preferências culturais e elas são difíceis de serem mudadas."
Para pensar e inovar, fica aqui uma indicação de Jonathan Gelbard do Natural Resources Defense Council, um grupo ambientalista: "A pessoa ou empresa que desenvolvenr uma maneira econômica de aproveitar esse metano vai ganhar muito dinheiro".

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