Recorde infeliz. Triste sina.
As mudanças climáticas levaram 22
milhões de pessoas a perderem suas casas no mundo durante o ano passado. O
levantamento, apresentado na Conferência do Clima (COP 20) em Lima, lista um
número elevado de tragédias naturais, como tempestades na ilha caribenha de São
Vicente e Granadinas, inundações no Sudão do Sul, ciclones em Bangladesh e um
terremoto nas Filipinas. Contando a partir a 2008, foram 140.
De acordo com o Centro de Monitoramento
de Deslocamento Interno (IDMC, na sigla em inglês), 85% das pessoas atingidas o
que significa algo como 19 milhões — estão em países em desenvolvimento. O
risco de desalojados por novas catástrofes quadruplicou desde 1970.
Cerca de 30% da população mundial vivem
em regiões cuja economia é baseada em recursos naturais. Quando os eventos
extremos atacam esta fonte de renda, não resta muito senão migrar. E a
incógnita é se outros países estão prontos para receber o crescente contingente
de refugiados climáticos. Os principais exemplos hoje são os Estados insulares
do Pacífico. Kiribati precisou comprar terras em Fiji, e as Maldivas fizeram o
mesmo na Austrália. Mas estes casos lidam com populações pequenas. No futuro,
este contingente será maior.
No ano passado, 80,9% dos desalojados
pelas catástrofes eram asiáticos, enquanto apenas 0,3% eram europeus — um sinal
da desigualdade social e do caminho que os refugiados das tragédias naturais
devem seguir. Segundo o último relatório do Painel Intergovernamental de
Mudanças Climáticas, os imigrantes podem ser hostilizados em países ricos. Os
governos devem criar um financiamento voltado à mobilidade da população.
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