terça-feira, 23 de junho de 2015

Exterminadores do Futuro



A União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) divulgou que no planeta temos quase 23 mil espécies de animais e plantas em risco de extinção.

A IUCN parabenizou os avanços relacionados à preservação de algumas espécies como o lince ibérico e o lobo-marinho de Guadalupe, mas destacou que esses ganhos foram ofuscados pelos maus resultados em relação a outras.

A entidade chama atenção para o caso do leão que está em risco mesmo em locais que historicamente foram vistos como refúgio como o leste da África. De acordo com a organização, a caça e o comércio de ossos, utilizados na medicina africana e asiática, são alguns dos fatores que contribui para a subpopulação de leões, classificados como “criticamente em perigo”.

 “Nosso mundo natural está se tornando cada vez mais vulnerável e a conservação pode produzir excelentes resultados”, afirmou o chefe da IUCN Inger Andersen.

Seria melhor entendermos a relação que temos com o meio ambiente e evitarmos indesejáveis listas como esta. Já passamos da hora da consciência de que estamos dia após dia exterminando o nosso futuro.

domingo, 21 de junho de 2015

Encíclica Verde


Na última semana o Papa Francisco tornou-se o primeiro líder do Vaticano a dedicar uma encíclica ao meio ambiente. Na encíclica, “Louvado  Seja” ele associa a degradação ambiental, e o aumento da pobreza mundial. O texto inédito, se constitui num apelo urgente para a humanidade sair da “espiral da autodestruição”.

No documento, o Papa condena o atual modelo de desenvolvimento focado no consumismo e na obtenção do lucro imediato, além de denunciar “a incoerência de quem luta contra o tráfico de animais em risco de extinção, mas fica completamente indiferente perante o tráfico de pessoas, desinteressa-se dos pobres ou procura destruir outro ser humano do qual não gosta”.

Segundo Francisco os governos locais devem combater as “propostas de internacionalização da Amazônia, que só servem aos interesses econômicos e civis das corporações internacionais. O documento menciona também a “dívida ecológica” particularmente entre o Norte e o Sul, ligada a desequilíbrios comerciais com consequências no âmbito ecológico e com o uso desproporcional dos recursos naturais efetuado historicamente por alguns países. Se a Amazônia entrar em um processo irreversível de destruição toda a humanidade perderá.

O combate a idolatria do mercado é enfático, ao frisar que a fome e a miséria não acabarão “simplesmente com o crescimento do mercado. O mercado, por si mesmo, não garante o desenvolvimento humano integral nem a inclusão social”.

terça-feira, 5 de maio de 2015

Bateria para armazenar energia solar. Será o início de uma (r)evolução energética?


Pioneira na produção global de carros elétricos, a empresa americana Tesla revelou uma bateria para casas que o fundador da empresa, o norte-americano Elon Musk, garantiu que vai ajudar a mudar a "infraestrutura energética de todo o mundo". A Tesla Powerwall pode armazenar energia a partir de painéis solares, da rede elétrica à noite - quando é mais econômica - e proporciona um backup seguro em caso de uma queda de energia.

Na teoria, o dispositivo que vai custar 3.500 dólares, que se encaixaria na parede da garagem de uma casa, pode tornar as casas completamente independentes da energia elétrica tradicional, usando apenas energia solar.

"O objetivo é completar a transformação da infraestrutura de energia do mundo inteiro para conseguirmos o 'carbono zero' sustentável", disse Musk a repórteres, antes de revelar na quinta-feira o Powerwall em um armazém nos arredores de Los Angeles.

Toda a energia da apresentação - ansiosamente aguardada por centenas de meios de comunicação e representantes do mundo tecnológico - veio da nova bateria, conectada a painéis solares no telhado, disse o fundador da Tesla.

O dispositivo estará inicialmente à venda nos Estados Unidos ainda este ano, mas o objetivo é que ele chegue a mercados internacionais em algum momento de 2016. A Alemanha é vista como um mercado-chave para o produto, que tem 15,24 centímetros de espessura, 1,22 metros de altura e 91 cm de largura, já que o país europeu está entre os maiores receptores de energia solar do mundo, destacou Musk.

Também poderia ser um grande "boom" para as regiões menos desenvolvidas, onde o fornecimento de eletricidade não é confiável, apesar da energia solar abundante. Musk comparou o potencial desta situação com a maneira que a tecnologia celular tem se expandido.

"É semelhante à forma como o celular saltou em relação aos telefones fixos", afirmou ele. "Isso vai ser realmente grande para as comunidades mais pobres do mundo".

Musk ressaltou que tirar as economias avançadas, como os Estados Unidos, da dependência dos combustíveis fósseis não sustentáveis ​​é um objetivo-chave. "Eu acho que, coletivamente, devemos fazer algo sobre isso (...), já que temos este fantástico reator de fusão no céu, chamado Sol".

No ano passado, a Tesla anunciou a construção no estado norte-americano de Nevada da maior usina com bateria de lítio-íon no mundo, uma "megafábrica" de 5 bilhões de dólares em parceria com a gigante japonesa Panasonic.

A Tesla iniciará as operações, enquanto seu parceiro japonês fará baterias projetadas para a fábrica e investirá em equipamentos e máquinas, de acordo com uma declaração conjunta quando a "megafábrica" foi anunciada.

Embora a Tesla ainda produza relativamente poucos veículos elétricos, tornou-se a estrela do mercado pela alta demanda e sua reputação de alta qualidade.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Ucuuba. Novo exemplo de desenvolvimento sustentável da Natura


Ucuuba. O nome vem da língua tupi e significa algo como “árvore da manteiga”. Mas dentro da maior empresa de cosmético brasileira, este fruto amazônico de sementes avermelhadas e que parece uma jóia tem sido mais um exemplo de desenvolvimento sustentável.

“Joia” porque sua semente é fonte de uma manteiga com alto poder de hidratação e reparação, mas de textura levíssima na pele. Uma combinação singular que chega ao mercado como o maior lançamento dos últimos cinco anos da linha Ekos, desenvolvida a partir de ativos da biodiversidade amazônica.

“Rara” porque sua árvore, a ucuubeira, corre risco de extinção pela exploração madeireira, que perpetua um mercado informal de confecção de materiais como estacas, cabos de vassoura, batentes de porta e telhados. Para reverter essa tendência, a empresa trabalha junto aos moradores da região, incentivando a preservação da espécie por meio de valorização de seus ativos e geração de renda por meio do cultivo da semente.

A embalagem de Natura Ekos Ucuuba será ecoeficiente, com 50% de PET reciclado e 50% de PET verde, que possui material de origem vegetal renovável em sua composição. 

 Aproximadamente  600 famílias de 15 comunidades fazem o manejo da ucuuba comprada pela empresa, nas regiões do Nordeste Paraense e na região do Médio Juruá, no Amazonas. Elas que trabalham com o extrativismo aprendem que é mais rentável extrair de forma ecologicamente correta o fruto e as sementes da ucuuba — e vendê-las para a empresa — do que derrubar as árvores para fornecer madeira. Sob essa ótica, a floresta passar a ter mais valor em pé do que desmatada.

Segundo a Natura, a cada ano, a renda que uma comunidade obtém com uma ucuubeira preservada é três vezes maior do que aquela obtida com a exploração madeireira. Sendo que a árvore cortada só gera renda uma única vez.

segunda-feira, 9 de março de 2015

Será que o futuro aguenta esperar?



No ano passado o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, apresentou aos Estados-membros das Nações Unidas um relatório-síntese sobre o trabalho desenvolvido até agora para a definição e negociação da agenda pós-2015, que inclui os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que guiarão o desenvolvimento global depois do fim do prazo para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).

"Estamos prestes a adentrar o ano mais importante para o desenvolvimento desde a criação das Nações Unidas. Nós devemos dar significado para a promessa desta organização, a fim de reafirmar a fé na dignidade e no valor do ser humano", disse Ban Ki-moon na ocasião. "Temos uma oportunidade histórica e o dever de agir vigorosamente para tornar a dignidade para todos uma realidade, sem deixar ninguém para trás."
Intitulado O caminho para a dignidade até 2030: acabando com a pobreza, transformando todas as vidas e protegendo o planeta, o relatório aborda os desafios pós-2015 e pós-ODM e a construção da nova agenda de desenvolvimento a ser seguida pela ONU.

De acordo com o secretário-geral, nunca houve uma consulta tão ampla e profunda sobre desenvolvimento.  O documento, que começou a ser elaborado desde a Rio+20, contou com o apoio e com a colaboração de governos, de empresários, de todo o Sistema ONU e de milhares de pessoas ao redor do mundo, por meio de consultas presenciais e online com a utilização da plataforma MY World (MEU Mundo, em português).

Além disso, o relatório lembra os progressos conquistados pelo esforço para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), como a redução da pobreza em vários países, a universalização da educação, a expansão da tecnologia sustentável e a reconstrução de nações após conflitos. Esses casos, de acordo com o relatório, são exemplos de que a vulnerabilidade e a exclusão podem, certamente, ser superados nos próximos anos.

Entretanto, Ban Ki-moon falou sobre o que ainda falta ser feito e pediu para que os governos, o setor privado, a sociedade civil organizada e as comunidades se empenhassem para reduzir a extrema pobreza e a fome, combater as doenças e, melhorar a educação, especialmente para as mulheres e meninas, até 2015, prazo final para o cumprimento dos ODM. O secretário-geral pediu ainda que os governos fossem inovadores, inclusivos, ágeis e determinados ao negociar a nova agenda de desenvolvimento.

Os ODS propostos foram construídos sobre as bases estabelecidas pelos ODM, procurando completar o trabalho inacabado referente a eles e responder a novos desafios. Esses objetivos constituem um conjunto integrado e indivisível de prioridades globais para o desenvolvimento sustentável.

No total, são 17 objetivos e 169 metas sobre questões de desenvolvimento sustentável apresentados no documento, que irão pautar a nova agenda de desenvolvimento das Nações Unidas. Um dos objetivos se refere aos meios de implementação e financiamento da sustentabilidade.

Já os outros 16 objetivos são temáticos, e procuram aumentar a ambição dos ODM (pobreza, saúde, educação, gênero) e promover a sustentabilidade econômica (crescimento inclusivo, empregos e infraestrutura) e a sustentabilidade ambiental (mudança do clima, oceanos e ecossistemas, consumo e produção sustentável). Tudo isso aliado às sociedades pacíficas e inclusivas (agenda de governança, Estado de

O relatório afirma que o sucesso da nova agenda vai depender do poder de inspirar e mobilizar agentes essenciais, novos parceiros, governantes e cidadãos de todo o mundo. Para isso, ela deverá ser baseada nas experiências e nas necessidades das pessoas e deverá assegurar que a transição dos ODM para objetivos mais amplos de desenvolvimento sustentável seja efetiva e que faça parte dos planos regionais de cada país.

Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propostos estçao listados abaixos. A dúvida é se a natureza, o nosso futuro comum aguenta esperar tanta indefinição.

ODS1. Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares;

ODS2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição, e promover a agricultura sustentável;

ODS3. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades;
ODS4. Garantir educação inclusiva e equitativa de qualidade, e promover oportunidades de aprendizado ao longo da vida para todos;

ODS5. Alcançar igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas;
ODS6. Garantir disponibilidade e manejo sustentável da água e saneamento para todos;

ODS7. Garantir acesso à energia barata, confiável, sustentável e moderna para todos;

ODS8. Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos;

ODS9. Construir infraestrutura resiliente, promover a industrialização inclusiva e sustentável, e fomentar a inovação;

ODS10. Reduzir a desigualdade entre os países e dentro deles;

ODS11. Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis;

ODS12. Assegurar padrões de consumo e produção sustentáveis;

ODS13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos;* 

ODS14. Conservar e promover o uso sustentável dos oceanos, mares e recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável;

ODS15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater à desertificação, bem como deter e reverter a degradação do solo e a perda de biodiversidade;

ODS16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis;

ODS17. Fortalecer os mecanismos de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.

domingo, 1 de março de 2015

Segundo cientistas, faltam três minutos para a extinção da humanidade


A depender do alerta emitido nesta quinta-feira pelo Boletim de Cientistas Atômicos (BAS, na sigla em inglês) ao adiantar em dois minutos o “Relógio do Apocalipse”, que agora marca três para meia-noite, vivemos uma situação tão perigosa quanto a da Guerra Fria e a humanidade corre sério risco de sobrevivência.

A última vez em que a situação esteve tão crítica foi em 1984, num momento em que o recrudescimento das hostilidades entre os EUA e a então União Soviética ameaçavam a humanidade com uma guerra nuclear. Desta vez, a principal ameaça vem do clima.
— Isto é sobre o fim da civilização como nós a conhecemos — disse Kennette Benedict, diretora-executiva do BAS. — A probabilidade de uma catástrofe global é muito alta, e as ações necessárias para reduzir os riscos são urgentes. As condições são tão ameaçadoras que estamos adiantando o relógio em dois minutos. Agora faltam três para a meia-noite.
A emissão de dióxido de carbono e outros gases está transformando o clima do planeta de forma perigosa, alertou Kennette, o que deixa milhões de pessoas vulneráveis ao aumento do nível do mar e a tragédias climáticas. Em comunicado, o BAS faz duras críticas aos líderes globais, que “falharam em agir na velocidade ou escala requerida para proteger os cidadãos de uma potencial catástrofe”.

Além da questão climática, o BAS alerta sobre a modernização dos arsenais nucleares, principalmente nos EUA e na Rússia, quando o movimento ideal seria o de redução no número de ogivas. Estimativas mostram a existência de 16.300 armas atômicas no mundo, sendo que apenas cem seriam suficientes para causar danos de longo prazo na atmosfera do planeta.

“O processo de desarmamento chegou a um impasse, com os EUA e a Rússia aplicando programas de modernização das ogivas — minando os tratados de armas nucleares — e outros detentores se unindo nesta loucura cara e perigosa”, informou o BAS.
A organização pede que lideranças globais assumam o compromisso de limitar o aquecimento global a dois graus Celsius acima dos níveis pré-industriais e de reduzir os gastos com armamentos nucleares.

— Não estamos dizendo que é muito tarde, mas a janela para ações está se fechando rapidamente — alertou Kennette. — O mundo precisa acordar da atual letargia. acreditamos que adiantar o relógio pode inspirar mudanças que ajudem nesse processo.
O BAS foi fundado em 1945 por cientistas da Universidade de Chicago (EUA) que participaram no desenvolvimento da primeira arma atômica, dentro do Projeto Manhattan. Dois anos depois, eles decidiram criar a iniciativa do relógio, para “prever” quão perto a humanidade estaria da aniquilação. Na época, a principal preocupação era com o holocausto nuclear, mas, a partir de 2007, a questão climática passou a ser considerada pelo grupo. As decisões de ajustar ou não o relógio são tomadas com base em consultas a especialistas, incluindo 18 vencedores do Prêmio Nobel.

Desde a criação, o “Relógio do Apocalipse” foi ajustado 22 vezes. O momento mais crítico aconteceu em 1953, com o horário marcando 23h58m,por causa dos testes soviéticos e americanos com a bomba de hidrogênio. A assinatura do Tratado de Redução de Armas Estratégicas, em 1991, fez o relógio marcar 17 minutos para a meia-noite, a situação mais confortável até hoje.


O último ajuste do relógio aconteceu em 2012, para 23h55m, com o BAS alertando sobre os riscos do uso de armas nucleares nos conflitos do Oriente Médio e o aumento na incidência de tragédias naturais.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Efeitos do clima provocaram a migração de 22 milhões de pessoas em 2013




Recorde infeliz. Triste sina.

As mudanças climáticas levaram 22 milhões de pessoas a perderem suas casas no mundo durante o ano passado. O levantamento, apresentado na Conferência do Clima (COP 20) em Lima, lista um número elevado de tragédias naturais, como tempestades na ilha caribenha de São Vicente e Granadinas, inundações no Sudão do Sul, ciclones em Bangladesh e um terremoto nas Filipinas. Contando a partir a 2008, foram 140.

De acordo com o Centro de Monitoramento de Deslocamento Interno (IDMC, na sigla em inglês), 85% das pessoas atingidas o que significa algo como 19 milhões — estão em países em desenvolvimento. O risco de desalojados por novas catástrofes quadruplicou desde 1970.

Cerca de 30% da população mundial vivem em regiões cuja economia é baseada em recursos naturais. Quando os eventos extremos atacam esta fonte de renda, não resta muito senão migrar. E a incógnita é se outros países estão prontos para receber o crescente contingente de refugiados climáticos. Os principais exemplos hoje são os Estados insulares do Pacífico. Kiribati precisou comprar terras em Fiji, e as Maldivas fizeram o mesmo na Austrália. Mas estes casos lidam com populações pequenas. No futuro, este contingente será maior.


No ano passado, 80,9% dos desalojados pelas catástrofes eram asiáticos, enquanto apenas 0,3% eram europeus — um sinal da desigualdade social e do caminho que os refugiados das tragédias naturais devem seguir. Segundo o último relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, os imigrantes podem ser hostilizados em países ricos. Os governos devem criar um financiamento voltado à mobilidade da população.